quarta-feira, 18 de maio de 2011

COMO O AMBIENTE EDUCATIVO INFLUENCIA NA QUALIDADE DA ESCOLA?

COMO O AMBIENTE EDUCATIVO INFLUENCIA NA QUALIDADE DA ESCOLA?
Esse indicador corresponde a dois desafios: a gestão do ambiente físico e a constituição de um ambiente favorável à convivência, ou seja, o clima de trabalho existente na escola.
O primeiro desafio é representado pela disponibilidade e qualidade dos espaços ou equipamentos e o seu uso pedagógico adequado. Um desafio para os gestores escolares é a utilização dos recursos disponíveis para a criação e manutenção de um espaço escolar com características que favoreçam a aprendizagem e a interação da comunidade intra e extra-escolar. Esse espaço não é só definido por um bom projeto arquitetônico, mas pelo uso pedagógico que dele é feito. Um espaço limpo, organizado, bonito e atraente é um elemento educativo de grande força, que estimula a sensibilidade artística e criativa do aluno. Um cuidado especial deve ser dispensado à criação e manutenção das salas de leitura ou bibliotecas, mas a sala de aula deve merecer atenção especial, por ser o lugar em que os alunos permanecem mais tempo. Nessa tarefa, todos devem ser envolvidos, especialmente os professores, que nem sempre estão atentos para a importância que a organização espacial da sala tem para a aprendizagem escolar. É essencial entender ainda que o espaço de aprendizagem vai além da sala de aula e da própria escola. Ele inclui muitos outros espaços onde se podem oferecer experiências significativas de aprendizagem para os alunos: fábricas, oficinas, fazendas, teatro, cinema, praça, supermercado etc. Há indicações de que, quando se usam também esses espaços com o objetivo de trabalhar os conteúdos escolares, os alunos constroem aprendizagens mais significativas e, por isso, duradouras.
Cabe, então, à equipe gestora enfrentar o desafio de utilizar, da melhor maneira possível, os recursos existentes para, em conjunto com a comunidade, constituir a escola como espaço agradável, receptivo e acolhedor dos alunos.
Quanto a esse indicador, o diagnóstico empreendido em algumas escolas de Salvador, já mencionado, detectou os seguintes problemas: p isos estragados, paredes e corredores sujos, janelas mal conservadas; reservatório de água rachado, com risco de desabar sobre os alunos; salas da direção e dos professores pequenas e usadas, também, como depósito de material; área externa da escola sem nenhuma segurança, um muro iniciado e não concluído; tubulação de esgoto sanitário situada em nível mais baixo que o da rua, causando freqüentes alagamentos em dias de chuva; acúmulo de carteiras velhas e estragadas nas salas de aula; espaço externo da escola sem uso, devido a buracos e sujeira; presença de cartazes velhos e sujos nas paredes; desorganização no horário da merenda, provocando sujeira com copos, papéis e mesmo restos de alimentos jogados nas salas e nos corredores.
O cuidado com o ambiente físico da escola também é de suma importância para o desenvolvimento da aprendizagem, pois, como afirmou o educador Eduardo D’ Amorim,
Tudo na escola deve ser feito para educar. Tudo. Assim, a sujeira deseduca, o abandono deseduca, a desorganização deseduca. Por outro lado, a limpeza educa, a organização educa, as paredes educam, os quadros educam, as plantas educam. Por isso a estrutura física para mim é importante para a visualização da seriedade do processo e da concepção que se tem da escola. (Eduardo D’Amorim, citado por PORTELA, 2001. p. 175.).
O segundo desafio é o de criar um clima de trabalho propício à satisfação das expectativas da comunidade escolar e caracterizado como participativo grupal, em que as relações são permeadas de amizade, solidariedade, respeito à diversidade, combate à discriminação, clareza quanto a direitos e deveres, além de bom humor, alegria e motivação.
PORTELA (2004) destaca as principais características desse clima:
§ o diretor confia nos professores e nos demais agentes escolares;
§ o diretor tem altas expectativas em relação às possibilidades de aprendizagem dos alunos e estimula toda a escola nessa mesma linha;
§ as decisões são tomadas pela organização como um todo;
§ a comunicação é um elemento constante e se faz em todas as direções;
§ o ambiente é ordenado e sinaliza com clareza para alunos e professores o propósito da instituição;
§ os professores se sentem envolvidos e implicados no seu trabalho;
§ todos se sentem responsáveis pelo sucesso da escola e unem seus esforços para atingir os objetivos e fins da organização.
Para ilustrar esse indicador, vale refletir sobre um trecho do relatório do estudo citado:
Assim, o Projeto encontrou desde exemplos de gestão centralizadora, autoritária, desagregadora, provocando revolta do grupo de professores, até direções comprometidas com a escola, organizadas, atuantes, empreendedoras, desenvolvendo um clima marcado por afetividade e calor humano e articuladas com a comunidade, as quais, mesmo não sendo o modelo perfeito de gestão democrática e participativa, de certo modo dela se aproximavam. Entre os dois extremos, encontraram-se representações de gestão com traços especialmente burocráticos, sem preocupação com os aspectos pedagógicos, cuja característica principal era a acomodação, ou com traços domésticos, estabelecendo um clima do tipo laisser faire sem compreensão do papel da direção no interior da escola.
http://www.moodle.ufba.br/mod/book/view. php?id=14584&chapterid=11064

Um comentário:

  1. "FOTOS CONSUMADO NITIDAMENTE E VISTOS NA REALIDADE DO ATUAL,O ENSINO PÚBLICO ESTÁ MUITO AQUÉM DAS NECESSIDADES.
    CONSIENTIZAR É DAR PRIORIDADES A NOVOS RUMOS DE UMA INOVAÇÃO NA EDUCAÇÃO EM BUSCA DE ESPAÇOS FÍSICOS E DE ATRATIVOS PARA MELHOR APRENDIZADO".

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