sábado, 30 de abril de 2011

Visita Técnica

Visita Técnica:
 “A região do bairro Jardim Canadá em Nova Lima, possui apenas duas escolas públicas, sendo uma estadual que é a Escola Estadual Maria Josefina Sales Wardi, direcionada ao ensino fundamental e médio, e a Escola Municipal Benvinda Pinto Rocha, direcionada ao ensino fundamental (1º Ano ao 5º Ano), cuja  escola  possui dois  anexos, um  para crianças na fase introdutória (1º Período ao 3º Período), no Jardim Canadá e outro no vale do sol”.
  
      
    Foto 01: Escola Estadual Maria Josefina Sales Wardi
    Gelça Veloso, 30/04/11
   Foto 02: Escola Estadual Maria Josefina Sales Wardi
   Gelça Veloso, 30/04/11
  

















Foto 03: Escola Municipal Benvinda Pinto Rocha
Gelça Veloso, 30/04/11

    Foto 04: Escola Municipal Benvinda Pinto Rocha
    Gelça Veloso, 30/04/11


 
    Foto 05: Escola Estadual Maria Josefina Sales Wardi
    Gelça Veloso, 30/04/11
     
Foto 06: Escola Estadual Maria Josefina Sales Wardi
Gelça Veloso, 30/04/11




segunda-feira, 25 de abril de 2011

Escolas estimulam brincar em área aberta

Escolas estimulam brincar em área aberta
Pesquisa nas redes pública e particular de 895 cidades traça perfil de atividades infantis
25 de abril de 2011 | 0h 00
Na hora de brincar, as escolas brasileiras preferem os espaços abertos, como parquinhos e gramados, para divertir as crianças. Já as salas fechadas com televisões e computadores - recursos já bastante presentes no cotidiano dos alunos dentro e fora de sala de aula -, apesar de não serem descartadas na hora da diversão, não figuram como principal opção de área para interação escolar.
Filipe Araujo/AE
Filipe Araujo/AELúdico. Na Escola Fazendo Meu Caminho, zona oeste de São Paulo, educadores ajudam crianças a descobrir o prazer da contação de histórias, da brincadeira de roda, de corda, de peão
A conclusão é de uma pesquisa inédita do Programa pelo Direito de Ser Criança, da Unilever, com quatro mil escolas de educação infantil e ensino fundamental de todas as regiões do País - o levantamento considerou unidades públicas e privadas de 895 municípios. A ideia do mapeamento é saber onde, como e com o que as crianças brincam na escola, detectando as principais práticas adotadas pelos educadores. O programa também premia as escolas que apresentam as iniciativas que valorizam a experiência do brincar.
Nas escolas de ensino infantil, o espaço mais popular para as brincadeiras é o parquinho, onde as crianças utilizam brinquedos como escorregador, balanço e gangorra, com 88% de adesão. Em segundo e terceiro lugar, aparecem, respectivamente, a brinquedoteca, com 84%, e as áreas abertas, com grama e terra, com 77% da preferência. Já a sala de computação surge entre os últimos, considerada como mais importante por 25% das escolas.
O parquinho também é o mais lembrado entre as escolas de ensino fundamental, com 85% das citações. Mas a quadra esportiva também surge como espaço importante de interação (82%), junto com a sala de dança, o teatro e o auditório (76%). O uso das salas de vídeo e computador entre as crianças maiores também continua abaixo da média: 42% e 41%, respectivamente.
Tanto nas escolas de ensino infantil quanto fundamental, espaços como laboratório de ciências, cozinha e viveiros de animais foram os menos utilizados.
Apesar da liberdade que os espaços mais utilizados pelas escolas podem proporcionar, educadores afirmam que o brincar pode ser mais criativo. "As escolas estão retomando a ideia da espontaneidade na brincadeira, mas a presença de espaços estruturados, como o playground, ainda é forte", afirma Renata Meirelles, pesquisadora do brincar. "A criança, especialmente na primeira infância, deve ser produtora de sua cultura e gerenciadora de sua atividade. E isso não significa que o professor deva se afastar e se anular da atividade."
A opção por deixar recursos digitais de lado, segundo as escolas, surge exatamente pelo fato de eles já permearem a rotina das crianças. "Não damos esse enfoque porque elas parecem que já nascem sabendo de tudo isso", brinca Fatima Perin, diretora pedagógica e uma das proprietárias da Escola Fazendo Meu Caminho, na Pompeia, zona oeste de São Paulo. A unidade tem 50 crianças matriculadas. "Optamos por oferecer aos alunos a parte mais lúdica da experiência deles, resgatando a contação de histórias, a brincadeira de roda, de corda, de peão. A criança tem que ser criança por mais tempo, sem esse foco no consumismo que temos hoje."
Liberdade. O contato com a natureza, especialmente nas escolas de educação infantil, é tido como um trunfo na hora de brincar. "Como temos uma área externa muito ampla, tudo é transformado por eles em parte da brincadeira: lama, cimento, terra, pedras, barranco", explica Evaine Célia Desidério, diretora-geral da Escola Municipal São Francisco, que fica em Luzerna (SC) e tem mais de 200 alunos, só na educação infantil. A unidade foi uma das premiadas pelo programa.
Mesmo assim, as escolas afirmam que não eliminam o computador, o DVD, o aparelho de som e a televisão da rotina dos seus alunos. "Nossa prioridade é deixar que eles descubram a natureza e o espaço, mas não é por isso que não vamos ter uma brinquedoteca, um parquinho e uma sala de informática bem equipada - afinal, há dias em que chove e que não temos opção a não ser mantê-los dentro da sala de aula com esses recursos", conta Evaine.

Perfil do estudo
63%
das escolas são públicas
15%
das cidades brasileiras estão representadas
DEFASAGEM NO BRASIL
19,94%
dos alunos nunca frequentaram pré-escola, segundo o Programa Internacional de Avaliação de Alunos
COMPARAÇÃO
8,39%
é o porcentual médio nos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)


sábado, 23 de abril de 2011

POLÍTICAS SOCIAIS E CIDADANIA

http://www.interativadesignba.com.br/III_SPSC/arquivos/sessao7/168.pdf


POLÍTICAS SOCIAIS E CIDADANIA

AUTOR DO TEXTO: Leticia de Lima Viana

Cidade e processos educativos no Rio de Janeiro:
Cieps e Peu bairro-escola, no caminho das cidades educadoras

RESUMO: Esta pesquisa tem a pretensão de mostrar a importância da concepção do espaço físico escolar, do pensar a escola como um espaço aberto a aprendizagem desde sua edificação e para além dela. Partindo da carta das cidades educadoras, avaliar como o espaço urbano das periferias pode também ser usado como espaço para a educação e construção crítica dos alunos e não se configurarem no imaginário construído apenas como espaços de exclusão e violência, mas sim de pertencimento, território e cultura própria.
Sendo assim, utilizar como paradigmas, no estado do Rio de Janeiro, duas iniciativas: uma anterior ao conceito de “Cidades Educadoras”, os Centros Integrados de Educação Pública, e outra posterior e atual, o PEU Bairro-Escola de Nova Iguaçu. Os CIEPs foram utilizados como paradigma arquitetônico principalmente por ter sido um espaço diretamente pensado para o Programa Político Pedagógico da época. Além de, ao longo de todos esses anos após sua criação, ter passado por sérias modificações em seu estado físico e em seu PPP, possibilitando uma reavaliação de sua posição como equipamento educacional e cultural. O PEU Bairro-Escola e seus respectivos projetos em aplicação no município de Nova Iguaçu revela uma iniciativa pública de reestruturação e requalificação urbanística de periferia que leva em consideração todos os pontos necessários para promoção da educação nos âmbitos físicos, sociais, políticos e ambientais.
Avaliando a relação ensino-aprendizagem dos discentes dentro e fora dos edifícios escolares, procurando elencar os principais novos territórios onde estão acontecendo as ações educativas nas periferias, através de metodologias de pesquisa qualitativa adaptadas a educação. Abordando a importância do pensar o espaço escolar a partir de uma realidade já constituída como espaço físico dentro de um espaço de periferia. Construindo assim, de maneira geral, um espaço lúdico capaz de instigar o imaginário discente e criar um repertório iconográfico da cultura local.

PALAVRAS-CHAVE: Urbanismo, arquitetura, gestão participativa, educação.
INTRODUÇÃO

A questão principal, então, é o espaço. A maneira como ele é construído fisicamente mas também adquire relevância e significado. Na definição de SANTOS (2006), “sistemas de ações e sistemas de objetos”, vamos nos ater a duas de suas categorias analíticas, partindo da configuração territorial das periferias, o espaço produtivo ou produzido e as formas-conteúdo.
“O espaço será visto em sua própria existência, como uma forma-contéudo, isto é, como uma forma que não tem existência empírica e filosófica se a considerarmos separadamente do conteúdo e um conteúdo que não poderia existir sem a forma que o abrigou.” SANTOS (2006), A Natureza do Espaço: Técnica e Tempo, Razão e Emoção.
As vistas áreas das periferias do Rio de Janeiro nos permitem observar o quão orgânico foram esses processos urbanísticos e da maneira informal como eles se dão. A forma urbana é o pressuposto da habitação, por isso nos deparamos com vielas tão pequenas que nos remetem a períodos como o Renascimento onde a escala era a do homem e não a da tecnologia. Claro que deve-se evidenciar os dois períodos como contraponto, o Renascimento com todas as suas questões humanistas e a formação das favelas e periferias como o „resto‟, „invadindo‟ territórios, áreas tomadas de exclusão.
Mas todo ser humano tem uma potência produtiva e procura exteriorizar suas aspirações. Na procura de exteriorizar potências, que não sejam aquelas relacionadas comumente as periferias como a violência, o humano se adequa ao espaço e produz o que lhe faz sentido, produzindo então algo que, mesmo não intencionalmente e nem a priori, vai produzir sentido para outros. E é essa a potência da arte. Dessa maneira, o humano se ressignifica como humano, pois o senso comum midiático não vê a população desses territórios como tal.
“A cidade são as pessoas físicas que compartilham um território e uma cultura urbana, as construções e demais elementos da paisagem urbana, as idéias e conceitos, os valores e símbolos, a memória e o projeto de futuro que estamos construindo”. COLOMER, Appud. FIALCOFF (1999).
Por isso, utilizamos parte dessa entrevista de COLOMER, assessor da AICE, para fundamentar o espaço como construção da sociedade nos aspectos político, econômico, cultural e social. Sendo uma construção continua, essas dinâmicas que permeiam a cidade, produzem mais do que gerações diferentes em períodos cíclicos, fazem da periferia um lugar que também produz uma relação de significado, consequentemente se produzindo, produzindo uma sociedade a sua maneira. Reinventando processos artísticos e culturais que ganham status de identidade, como um território de pertencimento, mas acima de tudo como uma referência, uma representação do lugar a partir das singularidades de cada um que tem com aquele espaço uma relação de pertencido e pertencedor.
Essa produção parte de um processo educativo relevante que revela singularidades. Os indíviduos nesses lugares elaboraram outros tipos de educação informal pois as relações sociais são outras que partem de necessidades e não de disponibilidade. Portanto, podemos sim, nessa perspectiva, pensar na aplicação de projetos com os conceitos de “cidades educadoras” em periferias. Partindo da potencialidade educativa que cada lugar de exclusão desses tem, poderiamos reverter essa comumente aceita “polaridade” para uma realidade negativa, fomentando políticas públicas voltadas para a educação cidadã como formação integral do indíviduo.

A educação e a periferia

O desafio da possibilidade de discutir o urbanismo através de uma perspectiva da educação, em parte também o inverso, resultou em um belo panorama do que deixamos de considerar no passado, mas que é uma obrigação para se pensar o futuro da sociedade: realizar a cidade com uma perspectiva de educação social enfocando a instituição escola como um equipamento urbano, parte de seu planejamento e políticas públicas de conjunto aglutinando todos os setores nesse compromisso com a educação.
A educação social aqui será considerada como tudo aquilo que concerne à formação humana para e na vivência em sociedade que antecede e permeia a educação formal em todas as instituições que podem ser consideradas escolares e educadoras, do ponto de vista da intencionalidade com vistas ao planejamento da ação educativa. Sendo as experiências educativas que se dão ao longo da vida, desde as convenções das relações interpessoais de sociabilidade, pârametros da convivência entre os grupos
sociais e adequação própria à realidade como animal humano racional (com as ressalvas dos comportamentos irracionais considerados pertinentes à humanidade), entre outros elementos da formação humana para vivência em sociedade que não se dão intencionalmente. Pode ser considerada também como “capital social” como descrito por Bourdieu mas, de certa forma, esse conceito é ampliado para além das trocas, das experiências vívidas e do que é adquirido nesse processo como capital em certa medida de vantagem para as classes sociais com maior poder aquisitivo. Representa o que, de maneira geral, é adquirido sim como capital mas com o valor necessário do suporte para a inserção e permanência nas relações humanas, seja qual for o grupo social no qual está inserido.
Considerando que o processo educativo está não só além mas, entretanto, anterior aos “muros da escola”, as experiências prévias e permanentes de educação social no meio em que o aluno está inserido permeiam a sua formação dentro do processo de educação institucional.
Para o planejamento urbano, a escola é um equipamento urbano relacionado à atividade educadora. Pode ser um grande equívoco legar a potencialidade educadora de uma cidade a apenas um elemento de um equipamento em que se concentra essa atividade, como comumente pensamos, e não levando em consideração toda a potencialidade educativa das intervenções nesse espaço, desse meio, e seus outros diversos equipamentos implantados que também suscitam e realizam esse potencial educativo na vida cotidiana das cidades, promovendo em parte mudanças inclusive nas questões culturais de cada sociedade.
A Escola é o lugar da educação formal, onde acreditamos que estamos sendo educados, adquirindo conceitos necessários a função econômica que iremos assumir perante a sociedade assim que estivermos “formados” ou “adultos” o suficiente para custear nosso próprio consumo. Essas relações de trânsito entre as fases do desenvolvimento humano acabam sendo legadas a esse “status” que se adquire junto com o poder de compra.

CIEPs e Bairro-escola: duas propostas no desenvolvimento da periferia como cidade educadora no Rio de Janeiro

Em parte vislumbrando pelo olhar da educação para a lógica urbana, poderiam ser recordadas algumas poucas iniciativas ligadas ao movimento dos educadores da Escola Nova com perspectivas a uma nova relação com o entorno urbano. Alguns teóricos as colocam, com uma clara visão distorcida, pensando pela ótica de uma cidade educadora já implantada, numa visão mais geral que caberia ao planejamento urbano, se dando num processo inverso do urbano para a educação.
“Apesar disso e, fundamentalmente, pela clara divisão entre um interior e um exterior institucional, houve numerosas tentativas de construir simulações desse exterior no espaço escolar; claro exemplo disso é a Escola Nova ou algumas práticas pedagógicas recentes que reconhecem a psicogênese como argumento teórico-metodológico.” BRARDA (2004), Argumentos e estratégias para a construção da cidade educadora. In: Cidade educadora: princípios e experiências.
Mas deve ser respeitada a sua importância como ação pedagógica que cabe a um estilo de época, datado sim, mas não menos relevante como experiência, particularmente considerada um paradigma pela antecipação a uma prática pedagógica atual relacionada às cidades educadoras. Os CIEPs (Centros Integrados de Educação Pública) resultaram dessa grande iniciativa de pensar essa relação educação-urbano numa perspectiva de políticas públicas pensadas em conjunto, mesmo envolvendo
poucos setores do governo e tratando o conjunto da edificação como esse catalisador da experiência da comunidade-bairro.
As periferias são locais potenciais para o aprendizado da construção crítica e a aplicação de conteúdos interdisciplinares como modo de tornar o espaço parte da educação e fazer a interlocução da escola com o entorno. Podemos contemplar a importância do pensar a escola como um espaço aberto a aprendizagem desde sua edificação. A mesma sendo resultado de uma equipe multidisciplinar envolvendo arquitetos e pedagogos, como paradigma perfeitamente adequado às questões discutidas, podemos ver o processo de construção dos Centros Integrados de Educação Pública.
O projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer para os CIEPs parte de um único propósito: levar a educação a população pobre mas numa escola agradável, aberta ao aprendizado e a comunidade. Darcy Ribeiro acreditava que as crianças pobres são excluídas do ensino pela própria escola que aplica esse modelo de meio período, equiparando-os aos alunos de classe média ou alta que tem capital cultural disponível. Para a maioria das crianças, a única cultura formal e culta a qual tem contato vem através da escola pois, em casa, estão expostos a cultura da televisão ou a cultura local.
Uma iniciativa como essa, em 1984, se colocava muito além do que se podia pensar pra uma época em que a experiência da ditadura militar ainda era recente. Por pouco, ainda sim, se demonstrou um avanço e o simbolismo que suas edificações adquiriram nesses lugares que, em mais de 25 anos passados e um imenso crescimento demográfico, são apenas resíduos da história mas que denuncia a descriminação com as “escolas de pobre” e seu PPP, destruídos como resultado de “governos de mudança”1. Algumas iniciativas nesse âmbito foram realizadas até então mas nenhuma desse vulto e com essa dimensão de educação popular mas também iremos aqui salientar outra iniciativa pública que serve como paradigma na atualidade para a validade da aplicação dos conceitos de “cidade educadora” em periferias: o PEU Bairro-escola do município de Nova Iguaçu.


1 Parte de um dos conceitos de ARGAN (2005) sobre o problema do tempo de permanência dos representantes eleitos e como estabelecem uma ligação baseada no marketing partidário a projetos e programas, causando grandes rupturas nas políticas de maior vulto no Estado ou país por conta da falta de continuidade e o problema de serem assumidos como políticas do governo e não de um governo.

“(...) o direito de desfrutar, em condições de liberdade e igualdade, dos meios e oportunidades de formação, entretenimento e desenvolvimento pessoal que a própria cidade oferece. (...), dever-se-ão levar em conta todas as categorias, com suas necessidades particulares.” AICE, 1990. Carta das Cidades Educadoras.
Numa perspectiva urbano-educação, o Projeto de Estruturação Urbana do município de Nova Iguaçu foi pensado para solucionar o contexto de fragmentação em que atualmente se encontra. O município é cortado por alguns grandes eixos de locomoção intermunicipal (linha férrea) e interestadual (Rodovia Presidente Dutra) que resulta numa composição morfologica de traçados de rua e bairros segregados pela espacialidade. Dificultando a mobilidade entre os “pedaços”dos bairros, com uma população que não reconhece sua identidade com o município, entre outros itens que constam da avaliação realizada para embasar as mudanças propostas no PEU. O projeto foi baseado em dois eixos propostos pelo atual prefeito:
“(...) (i) a melhoria da qualidade de vida, por meio, principalmente, da educação, de forma a ter impacto também nos altos índices de violência; e (ii) a melhoria e estruturação física da cidade através da qualificação dos espaços públicos.” PINTO (2008), Urbanismo na fragmentação: a resposta do Bairro-escola.
A experiência de cidades educadoras contempla uma rede formada por equipamentos e experiências potenciais que permitam aprender na cidade, da cidade e a cidade. A Carta das Cidades Educadoras (AICE, 1990) foi um instrumento construído no 1º Encontro das Cidades Educadoras em 1990 em Barcelona. Propõe que a educação seja um processo contínuo e permanente pois a escola não tem condições de transmitir todos os conhecimentos e informações do mundo contemporâneo, portanto as cidades se tornam espaços potencializadores da educação. As municipalidades devem ter como objetivo um projeto coletivo de governo que prime pela qualidade de vida, pela justiça social e pela promoção dos seus habitantes.
Por mais que as experiências citadas não façam parte de cidades que assinaram a carta das cidades educadoras e se comprometeram com seus princípios diretamente mas demonstram possibilidades de aplicação desses princípios em duas vias de pensamento, educação-urbano e urbano-educação, dentro da realidade das periferias.
Para as periferias, a multiplicidade de culturas urbanas que são criadas dentro de seus limites e limitações, respondem como podemos contemplar uma educação além dos muros da escola através do estímulo à pratica de viver e intervir, produzir no e o espaço em que se vive.

domingo, 17 de abril de 2011

A escola requalificada

http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1287073&page=3
  Escola Secundária de Amora

Todos os edifícios foram reorganizados, recorrendo a ações profundas do ponto de vista construtivo e funcional, verificando-se a preocupação de assegurar uma ligação coberta entre todos os edifícios.

tem 57 de salas de aula, com capacidade para 1335 alunos e conta com nove laboratórios, um espaço dedicado às artes, um auditório/sala polivalente, espaço para biblioteca, pavilhão gimnodesportivo, bar e refeitório, espaços para convívio e trabalho de professores e alunos.

Procedeu-se à construção de um novo edifício e os espaços exteriores foram redesenhados.

 Antes

 

  








DEPOIS












http://www.parque-escolar.pt/

Escola pública: Problemas extrapolam a sala de aula

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Piauí
Escola pública: Problemas extrapolam a sala de aula
Salas mal iluminadas, banheiros destruídos, quadras sem condições de uso são o retrato das escolas atualizado em 15/03/2011 08:30 mudar tamanho da letra A + | A -
 
Quadra Esportiva

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Em um pedaço de cartolina as palavras de boas vindas. Mais do que isso, as palavras escritas na entrada da escola revelam o desejo de uma escola pública ideal. Em letras bem desenhadas um dos direitos dos alunos: "Ter um lugar na sala de aula" e "Estudar em um ambiente limpo". Na Unidade Escolar Robert Carvalho, bairro Mafrense, zona norte de Teresina, o desejo fica apenas no papel.

Os alunos que estudam no turno da noite na escola precisam chegar cedo para assistir aula, confortavelmente, sentados. Faltam cadeiras para os 437 alunos da escola. "A gente tem que dispensar os alunos ou quem preferir fica em pé, já que não temos outra alternativa", conta a diretora Elizabete de Sousa. Na escola Robert Carvalho, apenas 69 cadeiras foram reaproveitadas do ano de 2010. Segundo informou a diretora, 50 novas cadeiras foram enviadas pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc).

"Mas não foram suficientes. Os alunos estão ficando em pé porque não tem cadeira", completa. A reportagem O DIA percorreu algumas das escolas públicas de Teresina da rede estadual de ensino e constatou que a maioria delas não tem arborização, área de lazer e nem para a prática de atividades esportivas.

Durante as visitas foi possível perceber que as salas são mal iluminadas, fechadas, com ventilação deficiente, telhas quebradas, sem forro, com lousas deterioradas, matagal e entulho.

"A visibilidade dentro das salas de aula é ruim. A gente dá aula porque tem que dar mesmo. Tem salas que parecem mais uma prisão. Aqui tivemos que fechar as brechas que as paredes tinham porque os vândalos depredavam a sala pelas aberturas", relata a professora Antonina Santos, da Unidade Escolar Des. Vaz da Costa, do bairro Buenos Aires, zona norte de Teresina.

Na Unidade Escolar José de Anchieta, bairro Três Andares, zona sul de Teresina, são amontoados móveis e carteiras quebradas. A cozinha possui uma infraestrutura inadequada e é muito pequena. Algumas salas estão cheias de infiltrações e mofo nas paredes. O telhado tem goteiras e os alunos sofrem em períodos quentes, pois dependem de ventiladores que mal funcionam.

Já na Unidade Escolar Pedro Conde, no bairro Mocambinho, zona norte da cidade, o teto do pátio continua em obras, mesmo com o início das aulas desde a semana passada. São 730 alunos prejudicados porque, sem essa cobertura, eles ficam expostos ao sol e a chuva. "Recebemos a informação de que o prazo para a conclusão da obra é de três semanas. Ou seja a previsão é que no máximo nos próximos dias a cobertura fique pronta. Por enquanto, os alunos ficam pelos corredores", afirmou a diretora adjunta da escola, Graça Silva.

Na Unidade Escolar Gervásio da Costa, bairro Piçarreira, zona leste, uma fossa estourada tem tirado o sossego de professores e alunos que precisam conviver com o mal cheiro do local. A falta de manutenção já está deixando exposta a ferragem de sustentação das colunas e dos alicerceis. As calçadas do pátio interno necessitam de reforma.

A Unidade Escolar Darcy Araújo, também na zona leste, funciona em tempo integral e possui 270 alunos, mas não tem quadra esportiva nem refeitório. Já na Unidade Escolar José Amável, a direção informou que há a necessidade de uma reforma geral com ampliação de área construída: troca de telhas, piso, armários, quadros, problemas hidráulicos e elétricos.

Quadra deteriorada é comum em quase todas as escolas públicas de Teresina

Os buracos tomam conta do espaço. Os alunos preferem o jogo de bola de gude. A justificativa é simples: "É melhor do que arrancar o dedo nessa quadra". A resposta do estudante Weslley Valadares, 13 anos, é acompanhada de várias reclamações dos alunos da Unidade Escolar Des. Vaz da Costa. "Antes eu gostava da aula de educação física, mas agora não é bom não. O sol é muito quente e a gente se rala todo quando cai aqui", queixa-se o estudante Maycon Da Silva Araújo, 13 anos.



Estudantes trocam futebol por bola de gude (Foto: Raoni Barbosa)



Rede de trave mostra estado de conservação (Foto: Raoni Barbosa)
realizou foi observado que as quadras estão deterioradas e os alunos estão praticamente sem aulas de educação física. "Aula de educação física tem. O professor dá as aulas como pode nessa estrutura", conta o professor Orlando Gonçalves, da escola Des. Vaz da Costa. O professor de Educação Física Danilson Almeida explica que em período de chuva é preciso transferir os alunos para o pátio da escola para que a aula aconteça. "Além disso, a gente procura colocar as aulas em horários que o sol não está muito quente, já que a quadra ou o que sobrou dela não tem cobertura", afirmou.

Nas visitas que:
O DIA

Segundo o professor Orlando Gonçalves, vários ofícios foram encaminhados para a Secretaria Estadual de Educação (Seduc), mas até agora não houve um retorno concreto para a reforma da quadra. "Já vieram aqui quatro engenheiros, mas até agora nada foi feito. Há quase três anos a quadra está neste estado", reclamou.

A situação não se limita a escola, é problema para muitas outras. Na escola Robert Carvalho, os alunos estão sem aulas de educação física. "Não tem condição de colocar os alunos em uma quadra dessas", falou a diretora Elizabete de Sousa. Enquanto isso, os estudantes praticam "esportes" de forma aleatória em espaço com o piso molhado ou expostos ao sol. A precariedade na iluminação da quadra também impede as aulas no período noturno.

Com internet, sem computadores

Na contramão do mundo desenvolvido atual estão escolas públicas que até hoje não têm computadores e jamais puderam organizar um laboratório de informática. Nas escolas públicas estaduais de Teresina, as estatísticas de exclusão digital se reafirmam. Além de não terem acesso a computadores em casa, os alunos permanecem excluídos na escola, espaço que poderia ser de inclusão.

O pior dessa realidade muito comum na rede estadual de ensino é que a constatação de que verba existe, programas governamentais e laboratórios também. Porém falta o principal: os computadores. Em duas escolas o espaço que deveria acontecer as aulas de informática serve apenas para guardar cadeiras quebradas, ventiladores e livros usados.





 Merenda escola é preparada em cantina improvisada sem condições de higiene (Foto: Raoni Barbosa)

Enquanto isso, do lado de fora do laboratório à espera de computadores crianças e jovens permanecem entre os 54,79% de brasileiros que nunca estiveram diante de uma tela e de um teclado eletrônicos. As escolas Robert de Carvalho e Des. Vaz da Costa, por exemplo, empreenderam obras de infraestrutura, à espera de equipamentos que nunca chegaram.

"Temos internet há três anos na escola, mas não tem computadores para os alunos. A sala pronta fica servindo para outras atividades dos professores. Já solicitamos informações da Seduc, mas até agora nada. Não entendemos porque nunca vieram os computadores", afirmou o professor Orlando Gonçalves, responsável pelo laboratório de informática da Unidade Escolar Des. Vaz da Costa.



Biblioteca da Unidade Escolar Robert Carvalho (Foto: Raoni Barbosa)

As aulas, segundo ele, acontecem nas salas de aulas convencionais. "Tem que ficar na teoria. Não tem outro jeito", disse. Já na escola Robert de Carvalho a direção da escola optou em não oferecer a disciplina. Os 437 alunos da escola não têm acesso ao conteúdo de informática pela falta dos computadores. "Toda semana dizem que os computadores estão chegando. Isso faz quase dois anos. A gente limpa a sala e nada chega", ressaltou a diretora Elizabete Sousa.


Programa Mais Educação funciona de forma precária

Por conta da precariedade das escolas estaduais, programas que servem para o funcionamento integral dos estabelecimentos públicos de ensino não atingem seus objetivos. Na prática, o programa Mais Educação sofre com a falta de estrutura das escolas e falta de profissionais competentes nas áreas trabalhadas pelo programa. Em Teresina, por exemplo, há escolas que não possuem salas de aula para executar as atividades e os alunos são obrigados a estudar em pátios e terraços, e quando há salas, algumas das escolas dividem as atividades na mesma.

Dessa forma, os estudantes ficam privados de diversas atividades como acompanhamento pedagógico, meio ambiente, esporte e lazer, direitos humanos, cultura e artes, cultura digital, prevenção e promoção da saúde, educomunicação, e educação econômica. "A nossa grande preocupação é com relação aos alunos mais caren­tes. A nossa clientela aqui da escola é de alunos bem necessitados que encontra no Programa Mais Educação a oportunidade de se alimentar, além de praticar todas as outras atividades oferecidas pelo programa", ressaltou o professor Orlando Gonçalves.

De acordo com a professora Antonina Sousa faltam espaços adequados para o desenvolvimento das atividades do programa, assim como, para o descanso dos alunos entre o turno e outro. "As crianças passam a manhã na sala de aula. Quando chega a hora de ir para casa, elas não vão. Aqui mesmo tomam banho, almoçam, participam dessas atividades oferecidas no Mais Educação, mas não tem um banheiro adequado para tomar um banho ou mesmo repousar um pouco", lamentou.


Sindicato faz levantamento da precariedade das escolas
Se em Teresina a situação não está a mais adequada, nos municípios do interior a realidade é ainda mais complicada. Essa é a constatação do Sindicato dos Servidores da Educação (Sinte) que realiza um estudo detalhado da situação das escolas estaduais. A direção da entidade não descarta a possibilidade de denúncia ao Conselho Estadual de Educação.

Recentemente, os professores da rede estadual de ensino deflagaram um movimento grevista que durou 18 dias. Nas pautas de reivindicações da categoria, a falta de estrutura das escolas tanto na capital como no interior. "As escolas apresentam precariedade de estrutura física e estão sem professores para ministrar aulas. E isso influencia em todo o processo de ensino. Os alunos e os professores não estão em lugares adequados com boa estrutura que ajude na aprendizagem", completou a presidente do Sindicato, professora Odeni de Jesus.

Segundo ela, a reclamação dos professores é geral. "As escolas estão sem estrutura. Faltam cadeiras nas salas, os laboratórios não funcionam, os tetos e muros de várias escolas ameaçam desabar", relatou, acrescentando que o problema foi reconhecido pelo secretário estadual Átila Lira que garantiu que o Estado tomará providências.

"A maioria das escolas possui construções antigas e algumas nunca passaram por reformas", completou a sindicalista. O resultado do levantamento feito pelo Sinte será enviado também para a Secretaria de Educação (Seduc).


Equipe da Seduc faz vistoria semanal nas escolas
A Secretaria Estadual de Educação e Cultura (Seduc) informou que na semana iniciou visitas em várias escolas para detectar possíveis problemas físico-estruturais e de ordem administrativa. No entanto, os técnicos da secretaria já vinham fazendo, aos poucos, essas vistorias com o intuito de detectar carências e necessidades de reformas. E reconhece as dificuldades de estrutura nas escolas.

Conforme informações da Seduc, a idéia é agir de maneira pró ativa, ou seja, preventivamente. "Não vamos mais esperar que algo aconteça para só depois agirmos. Estamos com equipes visitando as escolas e fazendo essas vistorias. Avaliando a situação de cada uma para tomarmos as providências imediatas. Não vamos inventar a roda, vamos colocar o que já temos para funcionar com eficiência e qualidade", garantiu o secretário Átila Lira. Ele acrescentou que as visitas rotineiras nas escolas funcionam como mecanismo para definir as prioridades para intervenções. "As ações devem ser realizadas emergencialmente", avisou. A comissão é composta por engenheiros e técnicos da Secretaria de Planejamento e de Gestão em Ensino.

O diretor das coordenações de Gerências Regionais, Joaquim Navez, afirmou que as equipes se revezam e, in loco, conversam com diretores, professores e alunos sobre as situações das escolas. "Estamos conversando e verificando
todos os problemas detectados, objetivando as suas soluções", explicou.

Já em relação as escolas, Robert de Carvalho e Des. Vaz da Costa, citadas na reportagem, o diretor de engenharia da Seduc, José Raimundo, informou que a Secretaria está atuando em duas frentes: emergencialmente e a longo prazo. "Já fizemos retelheamento, resolvemos problemas de goteiras, em algumas escolas em que isso era emergencial. Quase a maioria das escolas realmente precisam de quadras esportivas mais adequadas e já colocamos isso como prioridade no orçamento", disse. José Raimundo assegurou contudo que no caso da escola Des. Vaz da Costa no máximo até a próxima quinta-feira, dia 17, fará uma intervenção definitiva no local. Porém, até o final da tarde de ontem (14) O DIA não obteve retorno em relação aos laboratórios de informática parados há três anos.